Entrarei no trigésimo quinto outono,quantos momentos o tempo de mim roubou,metade desta vida não vivida quase não me lembro..Fui por boa parte um tanto egoísta,me achava o centro do universo,olhei muito pra baixo,com certeza muitas coisas passaram sem que eu notasse..Experimentei as mais diversas sensações,experiências essas por muitas vezes amargas,outras doces..Não queria mudar quase nada desta minha"vida"hoje trago comigo o cansaço.ilusões.dores..
Uma coisa,uma só coisa me fez senti uma saudade,um balão azul..Nos meus cinco anos de idade,fui ao parque do Ibirapuera com meu pai,como dizem foi um dia bom,alias um dos poucos que me lembro,ao vim embora na saída comprei um balão azul,que voava naquela tarde ensolarada,que aos pouco foi se tornando cinza que terminou em tempestade..Mas meu balão azul continuava girando no ar..A noite chegou e tive que dormir e levei comigo pra cama o meu balão azul o amarrei na cabeceira da cama e a luz que via da sala refletia no balão azul.sonhei ser um piloto que viajava pelo mundo com meu balão..Quando acordei quis logo brincar com meu balão.olhei pra cima e ela não estava lá,será que o esqueci em meus sonhos..Ao calçar meus chinelos,lá estava o balão azul,inerte no chão,queria que ele voasse,girasse,teríamos um dia inteiro pela frente..Mas meu balão,não queria brincar comigo,será que ele estava doente,fui o que pensei..Ele continuava ali inerte..Meu balão azul partiu,um garoto de cinco anos,imaginei que ele foi para o céu dos balões,onde havia milhões,de todas as cores..Hoje sei que apenas o gás hélio que preenchia seu volume e o tonava mais leve que o ar,o fazia voar..Mas nunca queria descobrir esta coisas de adulto,queria continuar imaginar que o fazia voar era uma alma.uma alma que todos tempos que nos faz viver dias mágicos como este que dificilmente irei esquecer...
Ronaldo Fernandes
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