Queimo-me em meu próprio calor, Derreto frente aos teus olhos frios. Transformo-me em cinzas para renascer, parida do que fui, para enfrentar o que me transformei. Asas partidas pelas idas e vindas a um paraíso preso ao meu inferno particular. E agora, jogada ao chão, indo com a fumaça, sendo levada na contramão, vou respirando fundo, tentando não sofrer com meus anseios em combustão.
Hoje só minha mente alça vôos audazes, hoje sou meu próprio abismo e me reconheço no simples ato de me procurar. Preciso-me, nem sei pra que, só sei que preciso. E de mim, apenas de mim, quero precisar.
Não sou e nem serei a salvação dos que por mim gritam, pois já sou minha própria perdição naquilo que busco. Sussurro em meus abismos que de tão profundos, ecoam as dores que guardoem mim. E por ousar descobrir que ninguém entenderá a vazão da minha alma... Queimo, congelo, das cinzas renasço, buscando trazer das minhas angústias, o adubo da minha própria calma.
Gil Façanha
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