Hoje não consegui cantar,apesar do belo dia não encontrei nesta manhã melancólica nenhuma inspiração,do lado destas grades existe um cravo perdido entre os jardins da ilusão,uma borboleta vestida com uma velha calça de jeans desbotada observa de longe minha tristeza.Queria voar,poder tocar o céu,como faz meu amigo dente de leão que baila pelo ar sem ter pressa de voltar pra casa,só que minhas asas foram cortadas há muito tempo atrás..Vejo o dia ir embora vestido de paletó e cachecol, ouço seus passos pelo barulho que faz quando seus pés deslizam sobre as folhas secas..A rua está vazia,não vejo crianças e nem o latido irritante dos cachorros,que francamente ainda me traz a segurança e um pequeno conforto que ainda existe vida lá fora..por enquanto..
Estou preso em uma gaiola,mas minha gaiola não tem grades de verdade,nem porta ela tem,minha gaiola que vivo tem a cor pálida de um branco que confunde com neblina..Minha gaiola tem sonhos que me aprisiona,posso enxergar o horizonte todas as tardes,sinto o vento tocar e me acariciar sentido pena de mim..
Não quero fugir de onde estou,um dia espero voar e quem sabe encontrar meu ninho perdido...
1 comentários:
A ausência de quem nos faz viver apenas com sua presença...
É o que lí nesse texto.
Um abraço!
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