29 de out. de 2010

Conheço a tua dor


Teus poemas são sentimentos manuscritos, emoções a escorrer em tintas. Mil cores com um brilho que me cega, e me faz sentir além do que as letras me revelam.
Palavras conhecidas, sensações divididas, momento único, porém, longo... Para ti... Para mim...
Na solidão do teu sentir, estás ao longe, rastejando sob o sol, ansiando pela luz da lua, e Como um verme, o amor, contaminando teu coração com a solidão imposta por expectativas vans...
Desejas se libertar das correntes criadas, tão bem disfarçadas que quase não sentes o sabor de tão dolorosa prisão causada por tão intensa paixão.
Onde está a chave? Como abrir a porta de um coração trancado por dentro?
Há um lago ao redor de tua torre... Há dragões do medo da perda, na tua fantasia, e eles te vigiam, não querem te deixar partir.
Porém, não consigo ouvir teus gritos, teu pedido de socorro... Posso apenas, ouvir um som distante, como um suspiro de TALVEZ AGORA DÊ CERTO.... Uma esperança... Um desejar sem limite, que parece nunca acabar. Domínio cedido à quem não soube te amar... Talvez!
Percebo que olhando por uma pequena janela dessa tua cela, única abertura que te deixa respirar, estás a admirar o horizonte. O que esperas que o mar te traga? Que barco é esse que teu cais tanto precisa?
Tamanha angústia cala teu talento. Teus olhos cansados emocionam os meus. Vejo na tua dor, um esboço da minha. Vejo na tua saudade, algo que já perdi e nem sei se algum dia foi meu.
Não tento entender o que me dizes, ou o que sentes... Não preciso! Cada palavra que teu talento descreve me revela um filme, onde todas as falas... Fui eu que escrevi. Não há necessidade de explicações agora... Tudo o que você sente... Eu também já senti.

                         
Gil Façanha

Você


Tenho feito uma longa viagem ao centro da minha terra... Terra que só eu conheço, caminhos que eu mesma tracei através das minhas escolhas, minhas entregas, meus “preços”.
Mergulhei fundo no meu oceano de emoções, revi momentos de escuridão e luz. Encarei meus medos, minhas angústias, duras realidades, e gritei em voz alta, encarando-me  diante do reflexo  da minha própria alma, todas as verdades que eu mesma me neguei na esperança de estar certa quando viajava em meus sonhos.
Subi a mais alta das montanhas até quase me faltar o ar, tentando interiorizar, quase que em uma atitude agressiva, a realidade que por tempos me amedrontava.
Percorri todas as estradas, me perdi em túneis que eu mesma cavei, e submersa nos destroços das paredes das minhas certezas, que outrora fora sólida... Ouvi passos, consegui enxergar um raio de luz... Era você!!
Você que silenciosamente acompanhava meus passos e tentava me proteger...
Você que encontrei a minha espera no centro da terra...
Você que me resgatou daquelas águas profundas e com apenas um sinal, me fez lembrar que o meu elemento é o ar...
Você que me mostrou como algumas verdades são questionáveis, dignas de talvez...
Você que a minha espera no pico da mais alta montanha que a minha angústia já escalou, aproximou-se e me devolveu o ar, dizendo-me que eu não precisava ir tão longe, nem tão fundo, nem tão alto pra descobrir que o amor estava aqui, diante de mim.
Você que estava em todos os pontos dos caminhos que tracei, me observando, apenas pra ver onde eu realmente queria chegar...
Você que hoje está aqui, se doando como preciso, presente em meus piores e melhores momentos...
Você que merece o melhor de mim por me doar o melhor de você...
Você que simplesmente me ama...
Tenho todas as razões que preciso pra dizer... Amo você.


Gil Façanha

AVERSÃO DE MIM

Cultivei em ti todos os meus sonhos,cada semente plantada antes da primavera com a esperança que você florescesse e desta forma fosse a mais bela flor do meu singelo jardim..Mas o inverno chegou sem avisar,o frio da ilusão com suas noites longas me levou você..Só me restou um coração árido e seco,onde mais nada nascerá..A saudade e a dor,que lhe serve de guia,me leva ao extremo da tristeza,da mais infinita solidão..Não sei onde procurar seu sorriso,não sei ao certo se poderei viver sem pronunciar teu nome..Chuto pequenas pedras pela rua,todo forma de distração é levemente roubadas de mim,como deixar de pensar em você,como se ensina a esquecer  um grande Amor..Formulas alquímisticas de esquecimentos perdidas e ainda não inventadas talvez me serviriam de alivio..Mas nada disso existe,eu não existo,suavemente sou preso a você,amordaçado e entregue a teu corpo no ritual entregue ao Deus estrelar..Inevitável destino,que a vida escreveu em um pedaço de papel de pão,onde falta explicações e razões por me esquecer assim..Noites em claros num quarto escuro,os olhos do silêncio brilha e ofusca meus raros sonhos,sonhos estes que apenas sua sombra me visita,sem ao menos abrir meu coração e sobre a cabeceira do criado-mudo e deixar um simples bilhete dizendo:ESTIVE AQUI,NÃO QUIS LHE ACORDAR..DURMA BEM MEU AMOR"

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